Naiá

Os olhos de Naiá brilhavam com o reflexo amarelo da lua no rio e seu coração carregava o desejo de tocar o céu. Jaci, em seu esplendor, parecia tão próxima, tão tentadora, que a jovem se deixou enredar pela promessa de um destino luminoso. Ela seguiu os passos da ilusão, mergulhando nas águas profundas em busca do brilho, mas as águas, traiçoeiras e silenciosas, a abraçaram, levando-a para um reino submerso, onde a lua não podia tocá-la. Jaci, comovida pelo sacrifício da jovem, decidiu honrá-la. Em vez de uma estrela no céu, Naiá tornou-se uma estrela das águas. De seu corpo, nasceu uma flor majestosa, imaculada como a luz lunar e perfumada como os sonhos mais doces. Assim, a lua presenteou o rio com a Vitória-Régia, uma flor que flutua nas águas serenas, abrindo suas pétalas ao toque dourado do luar, enquanto as estrelas, lá no alto, silenciosamente, guardam sua memória.

Naiá's eyes shone with the yellow reflection of the moon on the river and her heart yearned to touch the sky. Jaci, in her splendor, seemed so close, so tempting, that the young woman let herself be entangled by the promise of a luminous destiny. She followed in the footsteps of the illusion, diving into the deep waters in search of the glow, but the waters, treacherous and silent, embraced her, taking her to a submerged realm where the moon could not touch her. Jaci, moved by the young woman's sacrifice, decided to honor her. Instead of a star in the sky, Naiá became a star of the waters. From her body was born a majestic flower, as immaculate as moonlight and as fragrant as the sweetest dreams. Thus, the moon gave the river the Vitória-Régia, a flower that floats on the serene waters, opening its petals to the golden touch of the moonlight, while the stars above silently keep its memory.

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